terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Barack Obama

Não resisti e por isso aqui vão três notas sobre este assunto. A propósito de um certo grupo de conversas na internet
1. Comentando o Barack em politiquêsmente correcto:
Sabiam que um cara que estudou bastante em Harvard, onde alías acabou por se licenciar magna cum lade e, depois, exerceu com brilho uma carreira de advogado e professor universitário, decidiu um dia apostar na política
porque teve The Audacity of Hope e porque teve a coragem de reviver o Dreams from My Father (Leituras essas que se recomendam. Este aqui apenas leu partes dos Dreams, mas leu reviews da Audacity)
tendo ofuscado Bill Clinton na convenção democrata em 2004, decidiu candidatar-se às presidenciais americanas de 2008? O cara é um jovem (v. em baixo) - o que evoca em muitos o mito perdido de Kennedy, assume ideias (algumas delas alguns comentadores/analistas até consideram conservadoras, leia-se republicanas) e encanta multidões.
Antecipa-se um luta nas primárias democratas entre este jovem senador do Ilinnóis, nascido em Honolulu (Hawaii, EUA) em 1961 (portanto, 47 anos) contra senator Clinton (repararam que não há referências ao sexo de Clinton? Não era piada, era politicamente correcto: senator não tem sexo; é como os anjos).
2. Pelo Fim do politiquêsmente correcto:

Um dia destes, no Domingo, para ser exacto, um comentador português, por acaso, de direita (a seguir no programa Descubra as Diferenças, Rádio Europa: Rodrigo Moita de Deus ou o Pedro Marques Lopes) elogiava esta viragem histórica americana: enquanto Reverendo Jesse Jackson se candidatou às presidenciais (1984; democrata) enquanto negro e como tal queria beneficiar dessa condição, o Barack é um candidato que, só por acaso é negro, dixit.

Penso que o acaso não é mero: é que há uma diferença entre ser um candidato negro e um candidato que, pelos vistos, é negro. O Barack não é um candidato dos negros ou afro-american: é um (bom) candidato. Acredido que a competência, chamem-lhe charme, talento ou natural born seja mais visível do que a cor em Barack; coisa que nem todos os negros assumem como um facto natural.
Mas diga-se en passant: todos nós temos qualquer coisa que nos identifica e nos distingue. O que nos identifica é vivido por todos, quer se queira quer não. Porque o que mais depressa identifica Barack é a sua cor, muitos nem se dão ao trabalho de ler/ouvir o que o homem tem para dizer. Para o bem e para o mal.
Quanto à questão das cores da América, penso que a paleta é demasiada complexa para se diluir no preto e no branco. O Reverendo bem o soube explorar.
3. Para curiosos:
A Representante Shirley Anita St. Hill Chisholm foi a primeira Afro-americana a concorrer para umas presidenciais americanas (1972, democrata).
Ainda no Wikipédia vale a pena dar uma vista em Afro-American e na sub-secção Who is African American?

Sem comentários: