terça-feira, 27 de novembro de 2007

Se conduzires...

Estás a pilotar um carro e manténs uma velocidade constante. Do teu lado esquerdo encontra-se um cisne enorme. Do lado direito um grande carro de bombeiros, que mantem uma velocidade idêntica à tua. À tua frente galopa um cavalo, que é bem mais alto do que o teu carro, e não consegues ultrapassá-lo. Atrás de ti vem um helicóptero rente ao chão. Tanto o cavalo como o helicóptero mantêm uma velocidade idêntica à tua. O que fazes para sair desta situação em segurança?
Pensa um pouco...
Mais um pouco...
A resposta está mais abaixo....

Resposta:Sai do carrossel e deixa de beber, que o álcool está a dar cabo de ti....

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Arquimedes em São Tomé e Príncipe

«Dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e levantarei o mundo». As palavras pertencem ao famoso matemático e inventor grego Arquimedes (287 a.C - 212 a.C). Se o famoso matemático tivesse oportunidade para passar por São Tomé e Príncipe pelos dias que passam, quase aposto que repetiria aquelas palavras. Mutatis mutandis diria: venha o petróleo, mas se quiserem desenvolvimento dêem-me um ponto de apoio. Qual seja o ponto de apoio, o leitor já antevê: instituições.
Só que o famoso matemático era um inventor. Ele perguntaria quais instituições, que instituições melhor servem este povo, como modelar o rule of law num contexto institucional operacional?, antes de embarcar em soluções de transplantes, evitando assim o Complexo de Frankenstein. Arquimedes, também famoso pelo eureka, eureka não cairia de bruços em soluções importadas... teria cuidados dobrados de geometria institucional e apuraria as articulações da mecânica/dinâmica social, estudaria os pergaminhos culturais, históricos e da antropo-sociologia do povo santomense.
Importa por isso responder a questões prévias que circunvoam – quais abutres advinhando o repasto necrófago sobre as actuais instituições - o presente condicional ou o antevisto futuro-mais-que-imperfeito de São Tomé e Príncipe.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Show me the money: o dinheiro dos nossos emigrantes

O relatório Sending money home: Worldwide remittances to developing countries, do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (em inglês: International Fund for Agricultural Development/IFAD) em parceria com o Banco Interamericano para o Desenvolvimento (Inter-American Development Bank/IDB), dá-nos uma imagem pollaroid do fluxo de remessas dos imigrantes mundiais em 2006. Alguns dados:

  • 150 milhões de emigrantes mundiais contribuíram com cerca de 300 mil milhões (não confundir com o anglo-saxónico billion) de dólares americanos;
  • África recebeu cerca de 40 mil milhões de dólares americanos da sua diáspora (de 29 milhões de cidadãos);
  • As remessas foram essencialmente utilizadas para prover às necessidades básicas (alimentação, vestuário e alimentação);
  • Mundialmente, uma parcela entre 10% a 20% foi destinado a poupança;
  • Em São Tomé e Príncipe, estima-se que as remessas corresponderam a cerca de 39% do PIB (o segundo maior em África a seguir à Guiné-Bissau: 48,7%).

O relatório conclui que há ineficiências na qualidade dos dados obtidos e no custos das transferências. No entanto e sem conceder, insta o mundo a transformar as remessas numa ferramenta de desenvolvimento mais eficaz. A ler, reflectir e exgir resultados na Cimeira Euro-Africana (Mugabe incluído). Vale também exigir aos Estados que tratem melhor a sua diáspora que, pelos vistos, merece mais e melhor que os simples abandonos e palavras de ocasião.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Lisboa: a reformadora europeia

enquanto eu dormia, o primeiro ministro português e o presidente da comissão europeia anunciavam e molhavam em champagne o novo texto reformador europeu. só lhes faltou repetir o grito de vitória de sócrates: conseguimos. depois de eu ter acordado ao sabor das novidades, sublinho quatro aspectos interessantes que resultam desta noite:
i) dormi sossegadamente. não me importei com a falta de apresentação das prioridades e dos interesses nacionais. afinal de contas vem aí o dinheiro que, no fundo, resolve o nosso problema de falta de prioridades políticas e de ambição nacional;
ii) acabei por acordar do pesadelo do referendo. já ontem o brownie inglês, de nome gordon, me tinha tirado o sabor amargo de um referendo inútil que apenas serviria de mote para o portugueses discutirem algo de nevrálgico cuja discussão é imperativa haja ou não referendo. o referendo não pode justificar a discussão dos problemas europeus;
iii) ainda sobre o referendo. a falta dele e o compromisso secreto dos líderes em dispensa-lo não pode deixar de ter uma leitura política: a europa não foi aprofundada, foi apenas... remendada;
iv) tive um sonho fantástico. sonhei que o governo português afinal é capaz de diálogo e de compromissos. parece que depois disso, sócrates não terá desculpas para escutar as necessidades dos portugueses apenas com ouvidos de mercador.
antes de partir, e apesar da posição de submissão política (por falta de ambição substancial), está de parabéns o país e devemos estar felizes : o país afinal é capaz de grandes feitos. e a grandeza da história portuguesa não acabou com o fim do império. hoje também é capaz de fazer história, apesar da ordem de grandeza ser outra. parabéns portugal.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Um livro escrito nos rodapés

Cá estou, hoje sem muito que dizer, nem com vontade de saltitar entre uma linha e a esquina da minha rua onde vejo um homem a fumar, a tomar num gesto a cigarrilha da gabardine, a apalpar um bolso, e outro Ora que porra não encontro a m... d'
o esqueiro,
a ter de procurar na mala, que pousa, que abre e lá encontra no meio dos papeis uma recordação da Pensão onde passou a noite anterior, donde saiu sem fazer a barba que coça quando leva a primeira passa, que inspira suavemente Ah caramba porque sente o prazer entrar-lhe nos pulmões, enquanto olha para o relógio também, e esquece-se que está adiantado,
(não atrasado porque o autocarro das 7:40 já passou e agora está adiantado para o próximo) e que o autocarro só passa quando passar, porque é o especial, que só vem quando chega e mais uma vez Vou chegar atrasado, caramba, porque nunca acorda a horas, ou quando acorda, olha para o relógio e pede só mais uns minutos, mais uns cinco e Já me levanto e fecho a janela, para não o ver fugir da ponta do cigarro em fumo, a voar por cima da sua boca, ao canto da esquina
e volto para o meu computador, porque
tenho de sair,
tenho de ir dar aulas na faculdade, e não quero chegar atrasado ou ficar uns dez minutos
que porra
a espera do autocarro. Mas antes de sair, vou buscar o isqueiro, tomar a bagardine e correr com a mala cheia daqueles livros daqueles artigos que os alunos não gostam mas lá tenho de os dizer Olhem que o livro também se escreve no rodapé, mesmo com a barba por fazer e com uma vontade imensa de fumar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O mundo é plano...

E eis a prova... Um ratinho estava na toca, encurralado pelo gato o que, do lado de fora, miava: - MIAU, MIAU, MIAU. O tempo passava e ... : - MIAU, MIAU, MIAU. Depois de várias horas e já com muita fome o rato ouviu: - AU! AU! AU! Então deduziu: - Bom, se há cão lá fora, o gato foi-se embora. Saiu disparado em busca de comida... Nem saiu bem da toca e o gato, NHAC! Inconformado, já na boca do gato perguntou: - Porra gato! Que merda é esta? E o gato respondeu: - Meu filho, neste mundo globalizado de hoje, quem não fala pelo menos dois idiomas morre à fome!