sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Lisboa: a reformadora europeia

enquanto eu dormia, o primeiro ministro português e o presidente da comissão europeia anunciavam e molhavam em champagne o novo texto reformador europeu. só lhes faltou repetir o grito de vitória de sócrates: conseguimos. depois de eu ter acordado ao sabor das novidades, sublinho quatro aspectos interessantes que resultam desta noite:
i) dormi sossegadamente. não me importei com a falta de apresentação das prioridades e dos interesses nacionais. afinal de contas vem aí o dinheiro que, no fundo, resolve o nosso problema de falta de prioridades políticas e de ambição nacional;
ii) acabei por acordar do pesadelo do referendo. já ontem o brownie inglês, de nome gordon, me tinha tirado o sabor amargo de um referendo inútil que apenas serviria de mote para o portugueses discutirem algo de nevrálgico cuja discussão é imperativa haja ou não referendo. o referendo não pode justificar a discussão dos problemas europeus;
iii) ainda sobre o referendo. a falta dele e o compromisso secreto dos líderes em dispensa-lo não pode deixar de ter uma leitura política: a europa não foi aprofundada, foi apenas... remendada;
iv) tive um sonho fantástico. sonhei que o governo português afinal é capaz de diálogo e de compromissos. parece que depois disso, sócrates não terá desculpas para escutar as necessidades dos portugueses apenas com ouvidos de mercador.
antes de partir, e apesar da posição de submissão política (por falta de ambição substancial), está de parabéns o país e devemos estar felizes : o país afinal é capaz de grandes feitos. e a grandeza da história portuguesa não acabou com o fim do império. hoje também é capaz de fazer história, apesar da ordem de grandeza ser outra. parabéns portugal.

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