segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Voo para o desenvolvimento

a par do petróleo e da agricultura, o turismo é tido como um dos elementos do tripé para o desenvolvimento de são tomé e príncipe. como se sabe, o petróleo está adiado para mais tarde; e ainda teremos de esperar umas tantas luas para vermos germinar a verde esperança agrícola. resta-nos para já a esperança no turismo.
hoje esta esperança poderá viajar em primeira classe no primeiro voo resultante da parceria entre as companhias estatais santomense: a STP-AIRWAYS e a angolana: TAAG. assim, se tudo correr como previsto, entrar e sair de são tomé e príncipe tornar-se-á mais barato, mais regular e mais diversificado.
com efeito, através desta parceria ficará assegurada a essencial triangulação entre luanda, são tomé e lisboa e coloca-se um ponto, que se espera final, ao monopólio da TAP que até agora e após o desaire comercial da AIR LUXOR tem assegurado a ligação à principal porta de entrada turística do país, o que já tinha empurrado os preços dessas viagens para valores quase incomportáveis tanto para o cidadão comum que tanto pode desejar visitar o seu país como ir desanuviar para fora dele; como para o turista ocidental que deseja deslocar-se ao país onde em 1919 o cientista arthur stanley eddington demonstrou a teoria da relatividade de einstein, não para observar o eclipse da lua como aquele cientista, mas para observar as cerca de sete centenas de plantas exóticas ou as 15 espécies de aves exclusivas das ilhas.
a inauguração desta nova linha aérea, que oferecerá dois voos semanais, vem reintroduzir um factor de concorrência nas ligações à europa e esperamos que as empresas concorrentes sejam capazes de oferecer a segurança e porque não a qualidade que merece a confiança e a eleição dos passageiros, para que sejam substituídos os preços de monopólio por preços competitivos que convidem este confiável pé do desenvolvimento nacional a andar.
a diversidade de destinos aéreos é essencial para uma estratégia radical para o aumento do fluxo de turistas. e se se cumprir o anúncio, ainda este mês também a empresa nigeriana CONTRACTORS inaugurará voos semanais entre são tomé e lagos, a maior cidade africana e importante cidade na rota das relações económicas com o parceiro nigéria.
estes factos não serão ainda motivos para largada de foguetes, pois ainda há muito que precisa ser feito: a começar pela infra-estruturação humana e institucional, mas estes anunciados voos são sem dúvidas mais um passo para colocar o país na rota do desenvolvimento, sem que se fique a espera da incerteza dos barris de petróleo ou da boa vontade da natureza.

1 comentário:

Unknown disse...

Acertas em cheio ao dar este titulo ao texto.

Realmente, as pequenas economias isoladas, precisam como de ar se tratasse de uma comunicação com o exterior regular.

As diferentes carências tanto ao nivel maritimo como aereo, e sem contar internamente (estradas que não incentivam a deslocação), têm conduzido uma ideia de local perdido ao arquipelago STP que não é só pela conservação do habitat natural.

Não sei se serei o primeiro a defender esta ideia, mas não é original em si. Temos em Portugal as SCUTs (autoestradas sem portagens) e penso que a este nivel, STP poderia tentar que as organizações internacionais e paises que contribuem muito para o desenvolvimento, ajudassem no financiamento de meios de comunicação (aereo, maritimo, terrestre e de telecomunicações), numa discriminação positiva para compensar o isolamento a que estão votados os paises como STP e as dificuldades de recursos que este isolamento se traduz.
Nesta ideia, também se pode introduzir as Parcerias Publicos Privadas, para que confira um caracter de viabilidade economica per si.

O Kiluange tem muita razao quando diz que temos uma agricultura e um petroleo sine die, porque nao avançar com o turismo e aproveitando que os aviões não voam vazios e ir adiantando o trabalho de casa nesta area.

Esperemos que estas ligações aereas transportem não só passageiros, mas também ideias novas e um "reload" a economia local.

Deposito algumas esperanças e uma restia de fé que os intercambios costumam produzir.

Bem haja e benditos irmãos Wrights e Santos-Dumont.