sexta-feira, 27 de julho de 2007

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Viste por aí o verão?

na semana passada deixei a sensação de que estava de malas aviadas para férias, levando na bagagem dois livros e o mundo debaixo do braço. deixei no ar o espectro da saudade, num até setembro se deus quiser. no entanto, por boa educação e cautela avisei que se o tempo não soprasse bons ventos me ficaria pelas ondas da rádio. nesse entretanto, troquei as voltas à lista e em vez de um outro livro adicional, preferi pegar no meu computador portátil e assinar um serviço sem fios. vou de verão mas não posso deixar para trás o IMAGINASTICANDO: tenho de escrever posts para o meu blog; tenho de cumprir o meu ritual de cidadania e pertença à blogosfera. este é o meu último post antes de partir. espero que o leitor compreenda: se a tradição (por curta que tenha sido) lhes cunhou o carácter público de um diário íntimo, hoje os blogs e a galáxia onde giram numa velocidade incrivelmente delirante deixaram de ser um fenómeno periférico para passarem a ser um fenónemo absolutamente essencial na sociedade de informação. como dizia o poeta, no início estranha-se, depois entranha-se. a sedução bloguista já não é apenas a do desabafo existencial, mas o do comentário, do facto, da informação, da reflexão, do som, da imagem… e também dos silêncios: os silêncios apressados de cada salto, de cada leitura viciante. é que a blogosfera tornou-se numa grande conversa global na qual o indivíduo se liberta, partilhando ideias e redes de influência, criando novos modos de comunicar; tornando-nos uma espécie de repórteres populares… mesmo se num safari de verão. ao contrário de um livro que nos propõe uma viagem de passiva e nos invade de leitura, o blog promete-nos uma continuidade participativa, documental… cheia de impressões e verões digitais. e porque o tempo continua de maus fígados, não parto apenas para o verão com o mundo debaixo do braço: parto para a blogosfera com a esperança de lá encontrar o verão perdido deste mês de julho. e já agora: espero que agosto não se perca também!

terça-feira, 17 de julho de 2007

Verão: o mundo debaixo do braço

em pleno verão, já com julho a escorrer pela testa e de malas aviadas para um recanto de refúgio também eu não queria ouvir mais uma crónica. queria já ter partido. é que depois de uma temporada de onze meses de trabalho (para os mais afortunados) ou de nove meses de aulas (por mal descontados que sejam), eu respeito o ouvinte que merecidamente declarou aberta a caça ao ócio: começou aquela época do ano em que apenas queremos fazer nada e viajamos para um lugar do não quero nem saber. e apenas nos preocupamos com a nossa lista de livros e lugares de fuga, desligando as preocupações que nos consumiram as energias, a paciência, o talento até,… e o corpo em amassos nos transportes durante quase um ano. nesta época, ver televisão entedia, ouvir rádio compromete. só temos uma saída: pegar em livros e levar o mundo debaixo do braço até à praia, queimando o tempo nas águas descalças e nas areias sentadas num comprimento de onda fresca. por isso, em vez de uma crónica como as de costume, preferia mergulhar nas águas do verão, aviando-me na minha lista de livros, que se resumem a dois: the green king, em inglês, para me tornar as férias mais lentas, para me invadir de mundos novos, escorrendo-me na prosa, na memória, na narração. esquecendo-me, por instantes, do trabalho, da rádio… desta crónica. o outro ainda não sei qual! e, na verdade, nem interessa: apenas servirá para me fazer lembrar: não o vou ler! preciso desse livro extra para me lembrar que estou de férias. e para aquela doce ilusão de ter tempo para mais um. para mim as férias começarão na primeira página do the green king e acabarão quando arrumar o outro livro para voltar para o trabalho. vou começar este verão na lombada de um livro que não sei para onde me levará. e nem estou aí para isso! apenas seguirei o conselho do meu irmão: leva-te neste livro!... e nem me disse porquê. como quem nos oferece um bilhete, boa viagem,… sei que vais voltar. até lá, vou-me deixando invadir pelas ondas da rádio.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Supreenda-me, Mr. President

Quando na próxima 5.ª-feira o Presidente santomense tomar o palanque para proferir o seu discurso, os santomenses estarão a assinalar, com as habituais pompas de circunstâncias, os 32 anos da independência do país. Antecipando o discurso do presidente, e num exercício de quem arrisca não petisca, confesso que me falta originalidade para nesta crónica falar desses 32 anos. E receio que ambos – eu e o Presidente – seremos condenados pela banalidade e pelas palavras de mera conveniência. Talvez ele seja perdoado e comentado por ostentar o nada da marca distintiva de uma classe política falhada e impotente, enquanto eu não me consigo absolver pelo timbre amargurado de não encontrar rasto de sentido e valor de uma independência que nos condenou à pobreza e à servidão democraticamente impostas.
Quase aposto, ou melhor, aposto mesmo com coragem, que do alto do seu saber, o Presidente falará com optimismo do percurso conseguido até aqui: primeiro suspirará sobre a independência proclamada em 1975. Momento de suma importância no qual prometeram aos santomenses alinhar os astros e demais corpos celestes no traçado da história: doravante, o sonho seria nosso, o caminho estaria nos nossos braços. E depois – passados os sonhos e cansados os braços – foi-nos referendada uma democracia, oferecida com mais sonhos, mais promessas e desafios, desta vez desalinhados em vozes e partidos discordantes, sem história nem saudados do futuro. No entanto omitirá, por mera míngua de importância, o facto alguém se ter esquecido de nos dizer que zangas das comadres, as querelas e golpadas pessoais mais ou menos canalhas, mais ou menos reles, e a falta de sentido de estado dessa classe falhada traria consigo a herança colonial e um vírus neo-colonial perigoso em democracia, condenando-nos a um perpétuo estado de meninice nestas coisas do poder e de desenvolvimento.
Para, finalmente, o Presidente proclamar a nova aliança que, com a ajuda do Deus Petróleo e mais doses de corrupção – e em o Diabo não se metendo nos assuntos públicos – em breve nos saudará: a modernidade e o desenvolvimento bombeados em mangueiras, escorrendo nos barris e descarregados dos navios petroleiros. Talvez o turismo e a alta finança também façam parte dessa nova trindade da desilusão. Ou seja, o Presidente resumirá estes 32 anos de perpétuo e falhado processo de descolonização ainda em curso num discurso bem articulado que nos fará esquecer tudo e lembrar-nos de nada. Os nadas que temos para o futuro. Quase ainda arrisco dizer que o Presidente dirá que as novas promessas não podem ser exageradas e só o presente é prudente. Mesmo assim, ouvirei com interesse o seu discurso.
Surpreenda-me, Mr. President! É que, se não for esse discurso do Presidente eu pensarei como muitos: já nem nos prometem nada; já não há estado; está tudo em aberto: quase tudo como há 32 anos. Apenas estamos mais desiludidos. E nem sei se teremos forças para alinhar de novo os astros. Ainda vivemos a independência, Mr. President?

sexta-feira, 6 de julho de 2007

terça-feira, 3 de julho de 2007

Imaginacitando - Pitágoras

  • Escuta, serás sábio. O início da sabedoria é o silêncio
  • Não sabe falar quem não sabe calar
  • Não fales da tua felicidade a quem não for tão feliz como tu

Viveu entre 585 a.C e 495 a.C.. Há taaaaaaanto tempo, mas tãããããoo actual.