segunda-feira, 2 de abril de 2007

PORTUGAL, o menos imperfeito dos perfeitos

De repente, em plena semana pascoal, a minha esperança na próxima cimeira euro-africana parece ressuscitada. É que, PORTUGAL, enquanto anfitrião da cimeira, apresenta-se como um pequeno país na charneira do desenvolvimento que pode mesmo usar a diplomacia para colocar as preocupações do desenvolvimento num patamar de sucesso efectivo e desmentir alguns dos recentes temores. Quando PORTUGAL tomar a presidência europeia, áfrica pousará os seus olhos no governo português em busca de um sinal. Seja ele de esperança ou de verdadeira ousadia, parece-me que esse sinal já está dado: atentemos ao que nos diz o ÍNDICE DE COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO DE 2006, que reflecte o esforço de uns países em prol da felicidade de outros. De acordo com este índice anual do CENTRO PARA O DESENVOLVIMENTO GLOBAL, de uma lista de 21 países considerados desenvolvidos, PORTUGAL ocupa uma distinta 16.ª posição. Isto dito desta forma, parece modesto, mas mergulhemos nas profundezas de uma análise mais submarina.
Entre 2003 e 2006, PORTUGAL pode orgulhar-se de ter sido o 6.º país que mais cresceu no índice, ficando ao lado do esforço do japão e da suécia, e à frente de países como a noruega, a dinamarca, a finlândia ou mesmo o canadá: países de longe mais ricos e desenvolvidos que PORTUGAL. Para além disso, porque a ajuda não se resume à política do cheque, PORTUGAL pode orgulhar-se do 2.º lugar relativamente à abertura do seu mercado às importações de têxteis, ao 6.º lugar quanto à contribuição para a segurança global, ao 10.º lugar na criação e transmissão de novas tecnologias. e vale a pena também mencionar que apesar da baixa taxa de absorção de imigrantes, PORTUGAL posiciona-se em 7.º lugar na recepção de estudantes dos países em desenvolvimento. A importância deste índice é, para simplificar, o seguinte: PORTUGAL é dos menos desenvolvidos entre os desenvolvidos, dos menos ricos entre os ricos, mas apesar disso tem assumido o esforço e o compromisso de ajudar o desenvolvimento de outros povos. É que, não sendo rico nem país influente, o índice mostra que PORTUGAL entende que o desenvolvimento resulta de um verdadeiro ecossistema que ajude os povos menos afortunados a respirar; um ecossistema que apela ao cheque financeiro, mas também à abertura ao comércio e às parcerias entre os governos bons. Como diz se no relatório do índice, nenhum país é perfeito! No entanto, este país pouco perfeito pode ensinar outros mais ricos e perfeitos o caminho a um entendimento comum para a busca da felicidade global.

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